domingo, 13 de setembro de 2020

Abundância Global Aumentou 570% desde 1980. Cadê a Crise Populacional e a Crise dos Recursos Naturais?

 


O gráfico acima nos  diz que o Planeta Terra em 2020 está 570,9% mais abundante do que em 1980. É o índice Julian Simon. Em suma, o gráfico nos diz que a população mundial, apesar do enorme crescimento no período, está bem mais rica. Thomas Malthus e seus adeptos continuam errado. O fim do mundo por fome ou por exaustão dos recursos naturais continua sendo apenas uma ideologia barata e falsa. 

Vocês conhecem o Índice Simon? O índice é baseado no pensamento do economista Julian Simon que observou em seu livro The Ultimate Resource de 1981 que os humanos são seres inteligentes, capazes de inovar para sair da escassez por meio de maior eficiência, aumento da oferta e desenvolvimento de substitutos.   Simon faleceu em 1998.

Julian Simon, em 1980, desafiou Paul Ehrlich, autor de Population Bomb, para uma aposta.  Ehrlich escolheria uma “cesta” de matérias-primas que ele esperava que se tornaria menos abundante nos próximos anos e escolheria um período de mais de um ano, durante o qual essas matérias-primas ficariam mais caras. No final desse período, o preço ajustado pela inflação desses materiais seria calculado. Se o preço “real” da cesta fosse mais alto no final do período do que no início, isso indicaria que os materiais haviam se tornado mais preciosos e Ehrlich ganharia a aposta; se o preço fosse menor, Simon venceria. As apostas seriam a diferença de preço final da cesta no início e no final do período.

Ehrlich escolheu cobre, cromo, níquel, estanho e tungstênio. A aposta foi acertada em 29 de setembro de 1980, sendo 29 de setembro de 1990, data do pagamento. Apesar de um aumento populacional de 873 milhões nesses 10 anos, Ehrlich perdeu a aposta. Todas as cinco commodities que ele selecionou caíram de preço em uma média de 57,6%. Ehrlich enviou a Simon um cheque de $ 576.07.

Desde a conclusão da aposta, os apoiadores de Ehrlich argumentaram que Simon teve sorte: se a aposta tivesse ocorrido em uma década diferente, o resultado poderia ter sido diferente. O debate continua até hoje. 

Em 2016, os economistas da Southern Methodist University Michael Cox e Richard Alm revisitaram a aposta Simon – Ehrlich e descobriram que os metais de Ehrlich eram 22,4% mais baratos em 2015 do que em 1980.

A ideia de cálculo um índice de abundância em homenagem a Simon é dos economistas Gale L. Pooley e Marian L. Tupy, publicado pelo primeira vez em um artigo de 2018 (cliquem aqui para lê-lo). É um artigo muito interessante. Até porque faz uma análise histórica dessa ideia malthusiana de que a população deve ser controlada.

O Índice de Abundância Simon (SAI) mede a mudança na abundância de recursos durante um período de tempo. O SAI representa a proporção da mudança na população sobre a mudança no preço-tempo, vezes 100. Tem um ano base de 1980 e um valor base de 100. O conceito de "preço-tempo" é a quantidade de tempo que um ser humano médio tem que trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para comprar uma mercadoria. O preço-tempo, então, nos permite dar uma nova olhada na tese de Simon, que afirma que o crescimento da população resultará em menos escassez no longo prazo.

Vejam o gráfico abaixo. Ele mostra que entre 1980 e 2019, o preço médio de 50 produtos básicos caiu 74,2%. Isso significa que, pelo mesmo período de tempo que uma pessoa precisou trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para comprar uma unidade em nossa cesta de 50 commodities em 1980, ela poderia comprar 3,87 unidades em 2019. O nível individual médio de abundância, em outras palavras, aumentou 287,4 por cento. Isso equivale a uma taxa composta de crescimento anual de 3,63% e implica uma duplicação da abundância a cada 19,45 anos.



Os autores concluem os dados de 2020 dizendo: "As percepções revolucionárias de Simon com relação à interação mutuamente benéfica entre o crescimento populacional e a disponibilidade de recursos naturais, que nossa pesquisa confirma, podem ser contra-intuitivas, mas são reais. Os recursos do mundo são finitos da mesma forma que o número de teclas do piano é finito. O instrumento tem apenas 88 notas, mas elas podem ser tocadas de uma infinidade de maneiras. O mesmo se aplica ao nosso planeta. Os átomos da Terra podem ser fixos, mas as combinações possíveis desses átomos são infinitas. O que importa, então, não são os limites físicos de nosso planeta, mas a liberdade humana de experimentar e reimaginar o uso dos recursos que temos."

Apesar de toda as provas científicas, Paul Ehrlich é que é exaltado pelo mundo. Tem sempre apoio da mídia e do Papa Francisco.



segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Lewis Hamilton - Um Enorme Exemplo de Hipocrisia de Ricaços


O grande vencedor de Fórmula 1, Lewis Hamilton, ricaço, dono de um dos maiores salários do mundo, que tem uma enorme quantidade de carrões, que tem muitos jatinhos, que viaja de jatinho uma enormidade de vezes  pelo mundo, que dirige patrocinado por firmas petroleiras, está muito preocupado com a mudança climática e detesta gente que come carne.

Ele também apoia o Black Lives Matter, que detesta o capitalismo, mesmo Hamilton sendo um grande divulgador de marcas mais caras do mundo.

Hummm...não é por acaso que muitos comunistas na história eram ricos ou filhos de ricos, ver Marx, Engels, Trostsky, Fidel Castro, Lukács...


sexta-feira, 10 de julho de 2020

Chesterton, o Protestantismo e os Protestantes


Recentemente, eu li uma entrevista do padre Ian Boyd, publicada no site da Sociedade Chesterton Brasil. O padre Boyd é fundador e presidente do The G.K. Chesterton Institute for Faith & Culture.  Quando foi lhe perguntado sobre processo de canonização de Chesterton, o padre Boyd deu a seguinte resposta:

Estou realmente encantado pelo fato de a santidade de Chesterton estar sendo reconhecida de modo oficial. No entanto, tenho algumas restrições quanto ao esforço de reconhece-lo um santo. Ele sempre foi amado por Cristãos Protestantes, e certamente por pessoas que não possuem uma crença religiosa. Temo que dando a ele o título de “Santo Gilberto” podemos limitar este encanto.


Pareceu-me que Boyd não gostava muito da ideia de santificação de Chesterton, pois isso podia prejudicar e diminuir Chesterton para protestantes ou ateus.

Outro dia, eu fui convidado para uma entrevista pelo Dr. Ricardo Felício sobre geopolítica e teologia, que envolvia o Dr, Felício, eu, e o professor Syer Rodrigues. Na prévia da entrevista, Felício me disse que o professor Syer era presbiteriano e que queria ter o ponto de visão protestante sobre geopolítica. Eu respondi que isso era interessante. Expliquei que por vezes acho que o debate entre católicos pode envolver protestantes, quando se trata especialmente de questões mundanas, como era o caso. Mas que em alguns casos, quando o assunto era muito relacionado à doutrina católica, ficava complicado. 

O debate ocorreu muito bem. Até agora foi visto por mais de 18 mil pessoas (o debate pode ser assistido clicando aqui).

Quando eu estava preparando meu livro sobre Guerra Justa, o livro tinha inicialmente o título Teoria e Tradição da Guerra Justa Católica. Mas meu editor pediu para eu tirar o adjetivo "católica" para não inibir a audiência. Eu aceitei, apesar de o livro não tratar da visão protestante sobre guerra, pois nem mesmo sei se existe visão protestante sobre guerra que seja reconhecida por todo o bloco protestante. E entendi que era uma questão mundana e além disso todos os cientistas políticos que tratam de guerra reconhecem que a teoria da guerra justa tem raiz católica. O livro foi publicado então com o título Teoria e Tradição da Guerra Justa. 

Mas voltando para o caso Chesterton: devemos esconder o catolicismo dele de forma até a evitar a sua santificação com o intuito de não reduzir a audiência protestante ou ateia?

Eu acho que não, acho que não mesmo. Chesterton fez e faz um bem gigantesco à Igreja Católica e aos leigos católicos, os leva para o paraíso com humor e amor. Elevá-lo à santidade iria exaltar todo o amor que ele tinha pela Igreja, mesmo antes de se converter.

Chesterton foi "católico" mesmo quando era protestante. O primeiro livro que li de Chesterton foi o Ortodoxia e para mim era um livro católico, pois Chesterton exaltou por exemplo a idade Média, os mosteiros católicos e São Francisco de Assis no livro. Sem falar que Chesterton escreveu os livros do Padre Brwon antes de se converter. Eu não sabia que ele não era católico quando li o livro Ortodoxia de 1908. Ele só se converteu em 1922.


Golonka é polonês, doutor em filosofia pela Universidade de Cracóvia, trabalhou como vice-reitor do Instituto São Pio X de Paris até 2014. Sua tese de doutorado foi sobre a filosofia de Chesterton e foi publicada em francês em 2016 (iamgem abaixo)


O livro de Golonka sobre a visão do protestantismo de Chesterton foi estimulado pela decisão do papa Francisco de "celebrar" a Reforma Protestante em 2017, quando a reforma fez 500 anos.

Certa vez, eu assisti a um vídeo de Dale Alhquist, que é presidente da Sociedade Chesterton dos Estados Unidos, no qual ele estava falando sobre como Chesterton via a educação e a economia. Após relatar toda a desgraça de nosso momento educacional e econômico no mundo, que destrói a família e a religião, Alhquist disse que Chesterton achava que essa destruição teve origem seminal justamente na Reforma Protestante.

Então, mesmo depois de já ter lido a "autobiografia" de Chesterton (que não pode ser chamada de autobiografia da forma tradicional), eu me interessei muito pelo livro de Golonka.

E o livro cumpriu fielmente seu objetivo de mostrar o que Chesterton pensava sobre protestantismo.

Logo no início, Golonka descreve como a crença religiosa de Chesterton mudou durante a sua vida. 

Chesterton teve pais Anglicanos, foi batizado como Anglicano, depois ele se tornou Unitariano (crença que discorda da trindade cristã e vê Cristo não como Deus, mas apenas como inspirado por Deus), depois Chesterton, na juventude ainda, ficou meio ateu, modernista e agnóstico e até usou a tabuleiro Ouija (tabuleiro com nomes e números usado para sessões espirituais), em seguida, por influência de sua esposa, Chesterton se tornou Anglo-Católico (Anglicano da "alta Igreja" que procura se posicionar dentro da tradição católica). Chesterton se casou em 1901, só 21 anos depois ele se converteu ao catolicismo, sua esposa depois se converteu também.

Por que Chesterton demorou tanto para se converter ao catolicismo? O irmão dele que ele tanto amava se converteu 10 anos antes. Não tem como explicar isso, só Chesterton seria capaz, mas Golonka suspeita que o principal obstáculo foi o amor enorme que ele tinha pela esposa.

Mas como eu disse, tanto pelo seu viés "anglo-católico" como por seu pensamento ortodoxo, os escritos de Chesterton sempre me pareceram muito católicos, muito antes da conversão dele. Muitos que falam sobre isso lembram diversas passagens de Chesterton em seus livros e artigos anteriores a sua conversão.

Golonka descreve inúmeras passagens de livros de Chesterton no qual Chesterton fala sobre o protestantismo e sobre os protestantes, especialmente sobre Lutero, Calvino e John Knox, mas também representantes do puritanismo calvinista e um pouco sobre o metodista John Wesley. 

Em especial, Golonka destaca dois livros de Chesterton para ver a posição dele sobre o protestantismo: "The Thing: Why I am Catholic" (1929) e "The Well and the Shallows" (1935)

Chesterton considerava que uma heresia (erro teológico/filosófico) era pior que um crime físico, pelo caráter amplo e destruidor das almas que a heresia traz.

Chesterton disse que o "protestantismo representa o naufrágio da cristandade". Ele relacionou o protestantismo com a morte da alegria, com o espírito destruidor tanto do capitalismo como do comunismo, com a morte da família (protestantismo era ávido para trazer rigidez á soberania de Deus na vida das pessoas, mas era louco pela aprovação do divórcio e da contracepção),  com o pacifismo hippie, com o prussianismo militarista alemão e sua má influência na Inglaterra, com o desequilíbrio da fé e da razão, com perda da noção mística de que as ideias místicas estão conectadas e não podem andar separadas na salvação humana, com a destruição da ideia da divindade da criação do ser humano, com o fim da liga de nações que o catolicismo trazia, com a contradição em si, dado a permanente mutabilidade do protestantismo entre suas várias seitas que faz com que aceitem agnósticos e ateus. 

Chesterton parece desprezar o pensamento e mesmo a vida de Lutero, pois não se aprofunda na análise de luteranismo. Lutero, para Chesterton, é um bárbaro que é exatamente o oposto do que deve ser defendido para o que o ser humano seja. Chesterton foca sua artilharia mais especialmente em Calvino e no puritanismo que provém do calvinismo. Calvino foi a consequência lógica do erro de Lutero e aprofundou o erro ao ponto de abandonar parte da humanidade, os não eleitos. Chesterton disse que o calvinismo "é o mais anti-cristão dos sistemas cristãos". Chesterton chega a colocar o calvinismo e o islamismo lado a lado em suas análises, apesar de suas diferenças que ele também nota. Calvinismo trouxe a onipotência de Deus junto com a impotência do homem. O puritanismo calvinista merece ainda mais críticas de Chesterton.  Ele também reconhece que seitas que surgiram do calvinismo, como o metodismo, aliviaram a questão da predestinação, mas também aumentaram o erro do puritanismo. Hoje boa parte do protestantismo, mesmo de fonte calvinista, ao invés de falar que há alguns eleitos fala que todo mundo vai ser salvo.

Chesterton disse que as seitas protestantes melhoram à medida que são mais católicas. Um verdadeira união só é possível dentro do catolicismo, quando os protestantes voltarem para casa e pararem de "protestar". Chesterton reafirma que as críticas saudáveis que se fazia aos clérigos da Igreja Católica já eram feitas pelos santos da Igreja, não precisava protestar do lado de fora. O protestantismo foi um erro, os protestantes fazem "virtues gone mad" (virtudes enlouquecidas)

Vamos exaltar Chesterton como ele foi, sem esconder nada. Nem seus defeitos, nem suas qualidades. Nenhum santo foi um ser humano perfeito, só foram bem melhor que a gente.

Finalmente, não faz nenhum sentido, nem teológico, nem histórico, nem pastoral, para um católico, leigo ou clérigo, celebrar a Reforma Protestante. Para os católicos, em poucas palavras, ela atraiu muita gente para o Inferno e além de ter tido um impacto seminal gigantesco perverso na história da humanidade, como disse Chesterton.

Mas faz todo o sentido um católico exaltar o catolicismo de Chesterton.

Uma passagem de Chesterton que é muito comum de ser mostrada é a que vai abaixo e foi escrita por Chesterton muito antes dele se converter:

"Estou firmemente convencido de que a Reforma Protestante do século XVI foi tão próxima quanto qualquer coisa mortal pode chegar ao mal puro.
Mesmo as partes da Reforma que podem parecer plausíveis e iluminadas do ponto de vista puramente secular se tornaram podres e reacionárias, também do ponto de vista puramente secular.
Ao substituir o sacramento pela Bíblia, a Reforma criou uma casta pedante daqueles que sabiam ler, identificados supersticiosamente com aqueles que pensavam.
Ao destruir os monges, a Reforma tomou o serviço social dos pobres filantropos que escolheram negar a si mesmos e o deu aos ricos filantropos que escolheram se afirmar.
Pregando o individualismo, preservando a desigualdade, a Reforma produziu o capitalismo moderno.
A Reforma destruiu a única liga de nações que já teve uma chance. Produziu as piores guerras de nações que já existiram. Produziu a forma mais eficiente de protestantismo, que era a Prússia. E está produzindo a pior parte do paganismo, que é a escravidão"



terça-feira, 19 de maio de 2020

Chesterton e Churchill


Por vezes, eu vejo alguns chestertonianos relacionando Chesterton com Churchill. Parece-me um desejo de juntar dois gênios ingleses do século XX. Tenho dificuldades com isso.

Recentemente, eu adquiri a palestra "Cigar-Smoking Prophets: Chesterton and Churchill", da Sociedade Gilbert Keith Chesterton. Palestra proferida por Tod Worner.

Worner tem justamente essa tentativa comum de tentar juntar Chesterton e Churchill. Ele nos fala basicamente de similaridades entre eles e muito pouco sobre diferenças.

Aqui vai um resumo do que ele disse:

- Ambos nasceram no mesmo ano, 1874.

- Chesterton nasceu em família de classe média. Churchill nasceu de família aristocrata.

- Chesterton tinha uma família adorável, enquanto os pais de Churchill eram distantes. O  pai era político renomado que não se dedicava muito para filho, e a mãe, uma socialite, também não se dedicava.

- Ambos fizeram sua própria educação, fora da escola. Ambos declararam que tinham desprezo pela escola regular.

-  Ambos escreviam muito. Foram escritores e historiadores.

- Ambos gostavam de pintar e desenhar.

- Churchill correu mais o mundo, especialmente como militar.

-  Ambos casaram e ficaram casados até a morte.

- Ambos eram gordos e desorganizados. Gostavam de bebidas e cigarros.

- Ambos eram brilhantes.

- Ambos eram patriotas, mas Churchill era imperialista e Chesterton, não.

- Chesterton era cético com relação a políticos e aristocratas, Churchill era um político e aristocrata.

- Como político, Churchill mudou de partido, foi da direita para esquerda e voltou. 

- Chesterton era distributista, enquanto Churchill apoiava o capitalismo.

- Sobre religião, Chesterton se tornou católico. Churchill era distante de religião, mas defendia o cristianismo (sem determinação de forma teológica).

- Ambos identificaram claramente três ameaças no século XX: bolchevismo, nacional-socialismo de Hitler, e falhas na defesa da civilização cristã.


Apesar de concordar com o que Tod Worner disse, eu acho que os dois gênios eram bem diferentes. 

Acho que há duas coisas que devem ser ditas logo de cara em qualquer análise sobre os dois:

1) Churchill não era defensor das ideias sociais, morais e teológicas de Chesterton. Churchill seria hoje um esquerdista social (ele apoiou a eugenia, por exemplo), que entendia a importância da civilização cristã, sem tomar muito lado em questões morais. 

2) Chesterton não conheceu o melhor de Churchill. Chesterton morreu em 1936, com 62 anos. 

Nesta época, Churchill estava entrando no seu ocaso político. O melhor de Churchill ocorreu na Segunda Guerra Mundial. Sob a sua liderança o Reino Unido se defendeu contra Hitler e lutou contra Hitler na Europa. Churchill viveu até os 90 anos.

Churchill, durante a vida de Chesterton, assumiu vários cargos de ministro, especialmente posições militares. Ele também era um político do tipo "maverick", não reprimia muito suas opiniões para defender posições partidárias. Chesterton não deve ter visto muita diferença entre os políticos de sua época, e Churchill sofria muitas críticas por suas posições como comandante militar e como político.

Durante a guerra, Chesterton já tinha falecido, ele certamente teria apoiado algumas ações de Churchill, mas teria diferenças em outras. Talvez Chesterton tivesse se voltado mais para os Estados Unidos, afinal só depois da entrada deste país foi que a guerra contra Hitler foi vencida. 

O império britânico, que era tão defendido por Churchill, basicamente acabou depois da Segunda Guerra, mesmo tendo os britânicos vencido a guerra. Tenho dúvidas de que Chesterton acharia isso ruim.

Sem desprezar a gigantesca perda de vidas dos russos (a maior entre todos os países da guerra), a Segunda Guerra foi vencida basicamente pelos Estados Unidos, na minha opinião. Mesmo a defesa da Rússia contra Hitler só foi obtida pelo gigantesco fornecimento de material bélico dos Estados Unidos para a Rússia. Os russos usaram tanques, aviões e material de comunicação "made in USA". Foi o poderio industrial e militar americano que, basicamente, já em 1943 derrotou claramente as forças do Eixo. O Japão foi vencido já no final de 1942, após a batalha de Midway. A insistência em permanecer na guerra se deve a caráter moral belicoso, de desapego à vida, tanto de alemães como de japoneses.

Hitler e Stálin ficaram juntos de 1939 a 1941, depois Hitler atacou Stálin. Chesterton, certamente, teria visto as semelhanças entre os dois líderes e entre os dois regimes políticos. E a opinião dele sobre a união entre aliados e Rússia sofreria uma análise rigorosa de Chesterton. Churchill apoiou as reivindicações de Stálin, durante a guerra. Só depois de 1945 é que Churchill quis liderar o mundo contra o que chamou de cortina de ferro comunista.

Em suma, se eu fosse escrever um livro sobre os dois, eu acho que eu teria foco nas diferenças morais entre eles e não em similaridades. E teria parado em 1936, depois daí fica difícil analisar.


segunda-feira, 20 de abril de 2020

O Que Chesterton Falaria sobre o Coronavirus?


Vamos fazer mais uma pequena suposição sobre qual seria a opinião do gigante pensador inglês, G.K.Chesterton.  Dessa vez, vamos pensar em qual seria a posição de Chesterton sobre o principal problema global de hoje: o novo coronavirus.

Bom, saber qual seria a posição de alguém que já faleceu é difícil  Erra-se até quando se tenta prever o que dirá a nossa mãe (a pessoa que, em geral,  mais conhecemos), e também não é incomum que ótimos escritores, pessoas que conseguiram elevar a imaginação humana, sejam terríveis como pensadores políticos ou em suas análises de questões sociais. Muitos foram defensores de Hitler ou Stálin, por exemplo, a lista destes é imensa, e geralmente assusta quem leu os livros deles.

Além disso, as opiniões que eles tiveram em vida foram tomadas pelas circunstâncias em que viveram. Como mostrou o próprio Cristo, existe uma moral divina que fundamenta todas as reações, mas essas reações são moldadas pela circunstâncias. Por vezes, se oferece a outra face, por vezes reage-se (Cristo reagiu, indagando um agressor em João 18:23).

Então, para se fazer uma suposição de posicionamento político ou social de alguém que faleceu, deve-se fazer primeiro estes "disclaimers" acima e também deve-se se ater à ética que se depreende do que a pessoa escreveu ou falou, para que a nossa imaginação não se descole muito da ética do pensador.

Com isso em mente, vamos imaginar qual seria a posição de Chesterton frente ao vírus chinês que assombra o mundo. Chesterton não fugiu da ética dos seus livros ao tratar de questões políticas e sociais e isso facilita a análise.

Qual é a ética, princípios morais, que rege o pensamento chestertoniano?

Ler os livros de Chesterton é descobrir, na minha opinião, o escritor que mais conheceu a alma humana. Ele olhava do ponto de vista de um anjo o que se passava nos atos e mentes humanas, com todos os seus paradoxos. Mas este olhar angelical de Chesterton era também um olhar de fogo purificador. Ele usava e abusava do parodoxo e da ironia para destruir completamente o pensamento de quem era seu oponente moral. Todos que enfrentaram Chesterton em debate reconheciam a beleza e também a força destruidora de seus argumentos.

Chesterton conhecia muito bem o humano, valorizava esta criação divina ao máximo, mas sabia das profundezas diabólicas que o ser humano pode alcançar. Chesterton não era bonzinho, ele era genial em seus argumentos, destruía os argumentos de forma tão bela que o oponente ficava maravilhado, enquanto era aniquilado em sua moral.

O seu gosto pelo o que era humano, então, o faria certamente ter verdadeiro pavor pela ideia de isolamento social. Isso seria reduzir demais o humano.

Por exemplo, Chesterton, para meu conhecimento, nunca escreveu sobre sua posição sobre esportes, a não ser para dizer que achava que eles deveriam ser prazerosos e não formarem uma falsa religião. Mas, eu acho, que se fosse para analisar futebol e voleibol, acho que ele veria futebol como superior, por permitir mais o humano, enquanto o voleibol demanda pessoas de um tipo físico específico.

Em suma, o humano em sua totalidade é o material de deleite de Chesterton, se afastar do contato humano nos "pubs" ingleses seriam terrível em vários e profundos aspectos para o escritor inglês.

Ele, na minha opinião, detestaria "lives" e detestaria ainda mais ver igrejas vazias, estas seriam traumáticas, para ele.

O isolamento social seria uma tirania para Chesterton. Ele sempre olhava para governos com muita desconfiança.

Mas ele aprovaria algum isolamento social em nome de se evitar as mortes dos humanos?

Chesterton via as necessidades do homem em sua totalidade, necessidades materiais e espirituais, e reconhecia o relacionamento (não o determinismo) entre essas necessidades.

Mas acho que ele aprovaria algum isolamento social, especialmente, nos negócios, com muito pesar, muito pesar mesmo, mas não para as liturgias das igrejas, e abriria fogo para os culpados por essa situação.

Em todo caso, seria uma questão difícil para ele, vivemos um momento inédito na história, em que o globalismo, econômico e social, trouxe um doença terrível global.

Chesterton teria, na minha opinião, completo desprezo por inúmeros aspectos sociais que consideramos normais no nosso dia a dia. Se eu como cristão me sinto completamente exilado no mundo moderno e seus politicamente correto, casamento gays, eutanásias, abortos generalizados e Vaticano silenciado, imagine Chesterton.

Supondo que Chesterton conseguiria sobreviver a estes tempos tenebrosos para o pensamento chestertoniano, acho que ele primeiro exigiria completa reversão do globalismo e afastamento da doutrina comunista/socialista de apoio à China dentro dos países.

Se Chesterton identificou muito bem o militarismo prussiano na formação da Alemanha, para a Primeira Guerra Mundial, imagine o que ele pensaria da ditadura tirânica da China que controla até o nascimento do humano.



segunda-feira, 2 de março de 2020

Duas Sugestões de Políticas: Futebol e Maconha Ante o Distributismo


Como pensa um economista da linha distributivista? Como se avaliar políticas públicas ou medidas do mercado sob o ângulo distributivista?

Nas faculdades de economia, aprende-se a avaliar uma política econômica sob o ângulo liberal, keynesiano ou comunista. Economistas sabem dizer o que pensa um economista liberal ou comunista ou keynesiano. 

Por exemplo, recentemente, o ministro da economia Paulo Guedes, formado na escola de economia mais liberal do mundo (Universidade de Chicago) e exaltado por seus amigos no mercado e na mídia como ultraliberal, disse o seguinte:

"O câmbio não está nervoso, (o câmbio) mudou. Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada. Pera aí. Vai passear em Foz do Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu, vai passear o Brasil, vai conhecer o Brasil. Está cheio de coisa bonita para ver".

Mas como um liberal como Guedes pode dizer isso? Qualquer economista que conheça teoria, ao ler essas frases de Guedes, dirá que Guedes abandonou o liberalismo. 

Pois um liberal não fala contra taxa de câmbio baixa. Taxa de câmbio baixa permite que os cidadãos e as empresas do Brasil tenham acesso a mais bens, a bens de maior qualidade e melhor tecnologia.

Um liberal não fala que uma empregada doméstica não pode viajar à Disney. Pois um liberal é alguém que exalta o individualismo.

Um liberal não define as opções de viagem dos indivíduos.  Pois ele é alguém que exalta a liberdade de escolhas, pensa que uma pessoa deve tentar satisfazer seus desejos.

Bom, como eu disse, economistas sabem avaliar uma política econômica sob o ângulo liberal, keynesiano e comunista.

Mas como pensa um defensor do Distributismo (também conhecido como Distributivismo)? Como se pode avaliar uma politica econômica sob o ângulo Distributivista?

No meu livro, Ética Católica para Economia, eu trato extensivamente sobre o Distributismo, de seus críticos e de suas dificuldades, e, em certo ponto, digo que faltam economistas distributivistas treinados nas faculdades.

Faltam economistas que saibam realmente o que é doutrina econômica distributivista, que leiam os livros de Hilaire Belloc, de GK Chesterton e outros livros de defensores da doutrina (há muitos no momento). E assim aprendam a avaliar uma política econômica sob o ângulo do Distributismo.

Para remediar um pouco isso, eu vou analisar aqui duas sugestões de política que li semana passada sob o ângulo distributivista. 

A primeira foi feita pelo setor privado que lida com futebol e a outra foi sugerida pelo candidato a presidente dos Estados Unidos, Bernie Sanders, e trata sobre produção de maconha.

1) Futebol

Vamos analisar sob o ângulo do Distributismo a questão do mando de campo no futebol brasileiro. É interessante porque o viés liberal e keynesiano/comunista ficam claros também.

A questão é a seguinte: no ano passado, a CBF autorizou que times vendam seus mandos de campo. Isto é, um time que vai jogar com o Flamengo em seu pequeno estádio, pode vender o jogo para um grupo de empresários para que o jogo ocorra em um grande estádio no país. No ano passado, o CSA de Alagoas vendeu seu jogo contra o Flamengo e o jogo ocorreu no estádio Mané Garrincha em Brasília.

Com a venda do mando de campo, o time pode conseguir muito mais dinheiro do que obteria jogando em seu estádio, e assim, supostamente, pode melhorar o time ou contratar jogadores melhores. Além disso, a venda do mando de campo pode ajudar aos estádios elefantes brancos do país a terem partidas, como o estádio de Brasília.

Por outro lado, o time joga fora do estádio que está acostumado e longe da sua torcida e até com torcida contrária, como ocorreu no jogo do CSA, em que 95% da torcida era a favor do Flamengo. Consequentemente, as chances do time perder o jogo aumentam muito.

Este ano de 2020, a CBF proibiu a venda do mando de campo. 

E o Flamengo usou a teoria econômica liberal para ser contra a decisão da CBF.  O presidente do Flamengo disse:

"É claro que eu fui contra a venda do mando de campo no Brasileirão. Eu sou a favor que os clubes possam ter livre-arbítrio e possam fazer o que eles quiserem com o mando deles. Afinal, cada clube é independente para fazer o que quiser. Não foi a proposta vencedora, mas acho que cada clube deve ter o direito de mandar o jogo em qualquer lugar"

Um Keynesiano/comunista pensaria em alguma solução estatal para o caso.

O que pensaria um Distributivista?

Para começar, um distributivista não tem medo de manter negócios em tamanho reduzido, tem até ojeriza a domínio do gigante sobre os pequenos negócios. Neste sentido, deploraria o modo que o futebol é feito hoje em dia em que o poder do dinheiro domina o esporte. Um time passa de uma representação local cultural para um time global em um piscar de olhos com a venda da marca para um empresário, que muitas vezes nem nativo é, como ocorreu na Inglaterra com a venda dos times do Chelsea ou Manchester City, ou como ocorre regularmente também nos times da China e Arábia Saudita. 

Além disso, o Distributismo sugeriria  venda ou a explosão dos estádios elefantes brancos que foram feitos em cidades em que não time de futebol e a construção de um parque  para crianças ou hospital ou coisa que o valha. O Distributismo tem ojeriza à intromissão estatal onde não cabe.

Outra coisa, o distributivista nunca diz que alguém é "livre para fazer o que quiser". Para o Distributismo, a liberdade é uma ideia que tem que vir junto com a verdade, caso contrário vira escravidão.

Sobre o mando de campo, o Distributismo apoiaria a decisão da CBF, mas exigira outras mudanças para que os times que formassem seus jogadores não os perdessem de forma tão rápida para os grandes times. 

Mas acho que os jogadores não apoiariam o Distributismo, afinal, eles querem mesmo é sair logo do time pequeno e ganharem dinheiro em qualquer lugar que pague. O que já mostra a dificuldade de implementação da doutrina.

2) Maconha

Durante um debate do partido democrata na terça-feira passada, o candidato Bernie Sanders (autoproclamado democrata socialista) prometeu se eleito presidente não apenas acabar com a proibição federal da maconha e eliminar registros criminais, mas também ajudar pessoas de cor a encontrar uma posição econômica na indústria. Ele disse:


"Vamos ajudar as comunidades afro-americanas, latinas e nativas americanas a iniciar negócios que vendem maconha legal, em vez de permitir que algumas empresas controlem o mercado legalizado de maconha".

Vamos desconsiderar a questão racial do argumento de Sanders, vamos abordar apenas a lógica de destruir as grandes corporações para formar pequenos negócios para vender maconha.

Será que o Distributismo apoiaria isso?

A resposta é não, porque, primeiro, como eu disse acima, o Distributismo tem ojerija da intervenção estatal, nem que seja para distribuir negócios. 

No meu livro, Ética Católica para Economiaeu apresento todos os livros formadores do Distributismo, em alguns, especialmente os de Chesterton pode-se ver que ele tem dificuldades em sugerir como implementar o Distributismo na prática, uma vez que teria que manter os negócios distribuídos em um número máximo de pessoas, sem prejudicar a liberdade de negócios ao ponto de destruir a formação do capital. 

Mas ele nunca sugere uma intervenção estatal do tipo socialista, pois em todos os livros da doutrina se mostra desprezo pelas decisões estatizantes socialistas, inclusive, eles chegam a igualar o socialismo com a concentração monopolista do capitalismo. 

O Distributismo defende a doutrina do subsidiarismo, em que os problemas devem ser vistos primeiro pelo ângulo da comunidade e a comunidade deve avaliar se consegue resolver esses problemas. Muitos poucos problemas devem exigir solução estatal. Chesterton fala mal do Estado até no seu livro sobre sua conversão ao catolicismo.

Além disso, os autores fundadores do Distributismo teriam ojeriza do uso da maconha e também da libertinagem que a cultura da maconha propaga.

Neste sentido, creio que a solução distributivista seria o banimento da maconha produzida por qualquer um, seja pequeno ou grande negócio.

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É isso.

O Distributismo, como qualquer doutrina teórica humana, tem problemas e dificuldades, eu falo dessas dificuldades, algumas muitas difíceis de serem superadas, no meu livro de ética católica.

Mas acho que o ponto de vista distributivista para a economia é o melhor disponível para as questões econômicas. Por isso, eu propago com orgulho seus preceitos.



sábado, 22 de fevereiro de 2020

Compensar Carbono: Para Quê, Para Quem, Quanto, Como, Por Que? Ninguém Sabe. E Ainda Piora o Meio Ambiente.






Reportagem extensa do The Telegraph mostra o mercado de compensar carbono no mundo, um mercado de quase 300 milhões de dólares que ninguém, nem mesmo os que estudam o tema há dez anos, sabe responder as questões mais básicas. E muitos ambientalistas, defensores da compensação de carbono, dizem que está piorando o meio ambiente.

E veja, a reportagem toma o ponto de vista que é certo compensar carbono, que carbono realmente precisa ser combatido.

A lógica é mostrar que se está mandando dinheiro para alguém compensar, mas ninguém regula, avalia, mede, contabiliza e fiscaliza os projetos. Em suma, uma completa escuridão global que vale milhões. 

A reportagem ainda diz que 75% dos projetos usados para compensar carbono não trazem ganho nenhum, pois afinal não aconteceriam mesmo. Isto é, alguém diz: "hei, me pague milhares de dólares se não eu vou poluir". Daí, um riquinho ou uma empresa paga e "compensa" carbono.

O incentivo para a investigação são as novas medidas no Reino Unido para combater o carbono, como proibir carros a gasolina.

A reportagem menciona mineração no Brasil sendo compensada em outros lugares que ajudam a desmatar mais a floresta, por exemplo.

Para mim, é uma aberração do início ao fim. Tudo em nome de atacar um inimigo que não existe: o carbono. Depois dizem que vivemos o progresso.
Eu não consegui abrir todas as reportagens relativas ao assunto do jornal, pois é necessário fazer assinatura do jornal, mas o jornal liberou a primeira reportagem, que começa dizendo que consumidores que pensam que estão pagando por compensação correm o risco de serem roubados no mercado sem regulação do carbono e em seguida diz que ambientalistas afirmam que o mercado de compensação pode estar piorando ainda mais o meio ambiente. 

Vejam abaixo a primeira reportagem:


Revealed The carbon offsetting 'Wild West' 
Exclusive Telegraph investigation reveals consumers trying to offset their emissions are at risk of being ripped off
ByHayley Dixon ; Emma Gatten and Sophie Barnes21 February 2020 • 9:30pm
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Consumers trying to offset their emissions are at risk of being ripped off in a "Wild West" unregulated carbon market, an investigation by The Telegraph has found.

With the trading of carbon credits enjoying a boom, concerns have been raised about offsetting projects around the world.

Environmentalists have warned that offsetting could be doing more harm than good because it makes people wrongly believe they are not having an environmental impact.

It comes as The Telegraph became one of the first media organisations in the world to gain access to an illegal sapphire mine in a Madagascan conservation zone which is used to generate carbon credits but has seen increasing rates of deforestation.

Separate satellite analysis for The Telegraph also revealed that trees are being cut down at a project in Brazil used for offsetting by both British Gas and the International Air Transport Association.  

To offset emissions, individuals or companies can purchase credits which have been generated by a project elsewhere removing carbon from the atmosphere – for example by planting trees or preventing deforestation.

However, campaigners say the premise is fundamentally flawed and carbon trading cannot be justified when there has actually been an increase in deforestation.

The revelations are the latest in a long line of problems facing projects, some of which have seen saplings dying because of droughts and forests ripped up by the Cambodian army or Brazilian gold miners.

The news comes after details emerged of Government plans to ban the burning of domestic coal and certain types of wood, as well as the sale of petrol and diesel cars, as part of efforts to tackle climate change.

Despite the controversy surrounding offsetting, the industry is experiencing a boom from the "Greta Thunberg effect", fuelled by big companies such as easyJet, British Airways and BP pledging to go carbon neutral and offering customers offsetting options.

The combined global carbon trading market is estimated to be worth hundreds of billions of dollars while the voluntary market, on which individuals can purchase carbon credits, was worth $295.7 million (£229 million) in 2018 – more than double the previous year, according to Ecosystem Marketplace, which tracks global trends.

Its December report said the market is "at the tipping point we've been long waiting for" as companies respond to consumer pressure to offer green options, but also noted that growing demand could lead to "sub-par" offsets as "inexperienced buyers" get involved.

Lou Munden, the founder of TMP Systems, a consultancy specialising in climate change which has analysed carbon markets since 2011, said: "We don't have any good evidence one way or another to tell you whether this stuff works – we just don't know."

Environmental groups have called for more regulation in the market, which currently sets its own standards and prices. These differ depending on which project the credit is generated from. 

Peter Rigg, who convenes the Climate Land Ambition and Rights Alliance – which includes Oxfam and Action Aid among its members – said the fact that a single credit can have a different price depending on its "backstory" showed that carbon is not a fixed tradeable commodity.

Dr Doug Parr, Greenpeace UK's chief scientist, said: "It's bad enough that big carbon emitters like airliners are using offsetting as a license to pollute, but they often encourage their customers to join in the greenwash too.

"Passengers are given the impression that, by coughing up a few quid, they can magic away the planet-heating gases from their flights. But what customers aren't told is that this market is an unregulated wild west and there's little evidence that offsetting schemes generally work.

"The best and safest way to reduce carbon emissions remains not to produce them in the first place."

Studies have shown that around three quarters of projects do not provide any environmental gain because they would have happened anyway.

Industry sources told The Telegraph there is a recognition that forest projects are not really working, but senior conservationists are reluctant to point out flaws in the system, saying it is "better than nothing" and voicing fears that people will stop buying credits.

Gilles Dufrasne, a policy officer at Carbon Market Watch, said that consumers do not know what they are buying under the current system.

"There is such a lack of transparency and communication from many of the big companies that purchase carbon credits that you don’t really know what is being purchased or what the impact of your money is," he told The Telegraph.

"I would never tick a box saying I would pay to offset without knowing what the project was."

The news comes as the first stage of the UN's Corsia scheme, which will offset international aviation emissions above 2020 levels, comes into effect this year.

The German Environment Ministry commissioned a report into the 14 schemes that have applied to offset emissions under Corsia, including ones currently being used on the voluntary market, and found that none meet all the criteria required.  

Projects are supposed to provide additional, permanent emission reductions from a credible prediction of what would happen if they did not take place at all.

However, a study by the University of Cambridge, due to be released in the coming months, is expected to show that projects designed to prevent deforestation – known as REDD projects – are having the desired impact.

Professor David Coomes, director of the University of Cambridge Conservation Research Institute, said: "We have found quite a big drop in deforestation in REDD projects. Offsetting could be an important solution in the short term while we get our act together on the decarbonising front.

"It has been a bit of a wild west decade where people have been trying to work out different ways of offsetting carbon, and there has been a mixed bag of scrupulous and unscrupulous organisations, but I do think it is settling now.  The baddies are slowly being filtered out of the system."

Grant Shapps, the Transport Secretary, has spoken in favour of carbon offsetting, and last year the government launched a consultation on whether to make it compulsory for consumers across the transport sectors to be offered the opportunity to offset.

The results of the consultation are expected this year, but are understood to have been delayed as the government tries to work out how to keep up with the scale of voluntary offsetting among airlines.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Entrevista para Dr. Ricardo Felício sobre PLS 304/2017.



Ontem, tive a honra de ser entrevistado pelo climatologista Ricardo Felício sobre um projeto de lei do Senado Federal de autoria do senador Ciro Nogueira que acaba com a comercialização de carros movidos  a gasolina e a diesel em 2030 e acaba com a circulação desses veículos em 2040.

Vejam no vídeo acima.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Vídeo: O Mito do Paraíso Sueco. Suécia = Esquerdismo + Islamismo.



Um empresário e um comediante suecos explicam a Suécia.

Ótimo, vídeo para entender a Suécia e vencer o mito de que este país vive o socialismo de sucesso, não existe socialismo de sucesso, muito menos em combinação com o Islã.

Eu já tive a oportunidade de apresentar um artigo na Suécia, foi o pior lugar que fiz isso na vida, e eu estava na melhor universidade do país (Uppsala).