segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Cientistas Admitem: Não Sabemos Calcular Mudança Climática

 

Artigo publicado ontem no Wall Street Journal mostra que os cientistas dos Estados Unidos, que trabalham nos principais institutos que estudam o clima no mundo e são os mais importantes para que a ONU aponte como ela supõe que será o clima do mundo no futuro, afirmam que não se sabe calcular ainda a mudança climática, particularmente porque não se sabe medir os efeitos das nuvens (que tanto refletem a luz solar (esfriando o planeta) como mantém os gases aqui que aquecem o planeta), e porque os supercomputadores disponíveis não são suficientes. 

Para eles, seria necessário um supercomputador mil vezes mais potente.

Leiam todo o artigo, clicando aqui. Vou traduzir aqui apenas algumas partes, pois o artigo é longo.

Aqui vão partes do texto do Wall Street Journal, em azul escuro:

Por quase cinco anos, um consórcio internacional de cientistas perseguiu nuvens, determinado a resolver um problema que atormentou as previsões de mudanças climáticas por uma geração: como esses fiapos de vapor d'água afetam o aquecimento global?

Os cientistas descobririam que mesmo as melhores ferramentas à mão não podem modelar climas com a segurança que o mundo precisa, pois o aumento das temperaturas afeta quase todas as regiões.

Os cientistas logo concluíram que seus novos cálculos haviam sido desordenados pela física das nuvens em um mundo em aquecimento, o que pode amplificar ou amortecer as mudanças climáticas. “A maneira antiga está errada, sabemos disso”, disse Andrew Gettelman, físico do NCAR especializado em nuvens e que ajudou a desenvolver o modelo CESM2. “Acho que nossa maior sensibilidade também está errada. Provavelmente é uma consequência de outras coisas que fizemos ao tornar as nuvens melhores e mais realistas. Você resolve um problema e cria outro.”

“Temos uma situação em que os modelos estão se comportando de maneira estranha”, disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Ciências Espaciais da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, um centro líder em modelagem climática. “Temos um dilema.”

Em novembro de 2021, quando os líderes se reuniram em Glasgow para negociar limites de gases de efeito estufa sob os auspícios dos Acordos de Paris de 2015, havia mais de 100 grandes modelos globais de mudança climática produzidos por 49 grupos de pesquisa diferentes, refletindo um influxo de pessoas no campo .

Em sua orientação aos governos no ano passado, o painel de mudanças climáticas da ONU minimizou pela primeira vez as previsões mais extremas.

“Se você não acertar as nuvens, tudo está fora de controle.” disse Tapio Schneider, cientista atmosférico do Instituto de Tecnologia da Califórnia e da Climate Modeling Alliance, que está desenvolvendo um modelo experimental. “As nuvens são de importância crucial para regular o equilíbrio energético da Terra.”

Em uma avaliação independente de 39 modelos climáticos globais no ano passado, os cientistas descobriram que 13 dos novos modelos produziram estimativas significativamente mais altas das temperaturas globais causadas pelo aumento dos níveis atmosféricos de dióxido de carbono do que os modelos de computador mais antigos – os cientistas os chamaram de “matilha de lobos”. .” Pesadas contra evidências históricas de mudanças de temperatura, essas estimativas foram consideradas irreais.

Os cientistas do NCAR em Boulder gostariam de aprofundar o comportamento das nuvens, camadas de gelo e aerossóis, mas eles já estão sobrecarregando seu supercomputador Cheyenne de cinco anos, de acordo com funcionários do NCAR. Um modelo climático capaz de capturar os efeitos sutis de sistemas de nuvens individuais, tempestades, incêndios florestais regionais e correntes oceânicas em uma escala mais detalhada exigiria mil vezes mais poder computacional, disseram eles.

Os modelos climáticos precisam vincular o aumento das temperaturas em escala global às mudanças nas condições em uma floresta local, bacia hidrográfica, pastagem ou zona agrícola, diz a ecologista florestal do NCAR Jacquelyn Shuman e o cientista do NCAR Gerald Meehl

“Acho que os modelos climáticos são a melhor ferramenta que temos para entender o futuro, embora estejam longe de ser perfeitos”, disse o Dr. Gettelman. “Não estou preocupado que os novos modelos possam estar errados. O que me assusta é que eles podem estar certos.”


domingo, 16 de janeiro de 2022

PIB Global. PIB EUA = PIB 170 Países

 


Interessante análise da distribuição do PIB 
Global apresentado no site Zero Hedge.

Vejamos alguns destaques:

  • PIB EUA equivale ao PIB de 170 países;
  • Apenas os PIBs dos EUA e da China somados equivalem a 42,3% de todo PIB do mundo;
  • PIB da China é quase o triplo do PIB do Japão;
  • PIBs de EUA, China, Japão e Alemanha equivalem a mais da metade do PIB global;
  • PIB do Brasil não faz parte da lista dos 10 maiores PIB (Brasil já foi oitavo PIB do mundo)
  • Índia agora tem o sexto maior PIB e Coreia do Sul é tem o décimo;
  • O PIB global é estimado em 94 trilhões de dólares.

O PIB não serve de referência para muita coisa. Você prefere morar no Brasil ou na China? E os cálculos do PIB, apesar das tentativas de padronização, são muito díspares e muita gente discorda, além disso há problemas de conversão cambial. Mas os dados são relevantes para análises economicas, politicas e militares sim.





sexta-feira, 17 de setembro de 2021

O "Mercado": a Sodoma

Excelente artigo publicado no Zero Hedge, mostrando o que é o tal propagado "mercado" de nossos dias, onde a corrupção é a norma que enriquece um mundo cada vez mais corrupto, que não tem penalidade para a corrupção, pois se houver o "mercado" desaba completamente. 

O texto é de Michael Every:

Ele traz exemplos da corrupção do mercado de nossos dias, vejamos:

1)  Wall Street Journal relata que  Banco Mundial cancela relatório emblemático‘ Doing Business, após investigação. O problema é: "As autoridades chinesas em 2018 estavam ansiosas para ver sua classificação melhorar, então o Sr. Kim, a Sra. Georgieva e sua equipe realizaram uma série de reuniões para discutir maneiras de alterar a metodologia do relatório para melhorar a classificação da China." Como se pode confiar no Banco Mundial trabalhando de forma tão corrupta. Consequências dessa atitude do Banco? Nenhuma.

2) No Fed,  Jeremy Powell (presidente geral do Fed) ordena uma revisão da ética depois que os outros presidentes do Fed fizeram investimentos multimilionários. De alguma forma, essa violação ética por parte das pessoas que dirigem o sistema financeiro global passou desapercebido por eles até agora. Só agora foi visto que esse velhíssimo jogo financeiro corrupto entre agentes do Fed e mercado. Quais são as consequências esperadas da atitude de Powell? Nenhuma.

3) Problemas de corrupção financeira relatadas que atingem líderes políticos, como Sarkozy, o filho de Biden, Nancy Pelosi, chanceleres alemães em conluio com a Rússia...Penalidades sofridas pelas personalidades? Nenhuma.

Michael Every compara o "mercado" a um filme sobre Sodoma, chamado "Salò, pu 120 dias de Sodoma", dizendo que, como o filme, o mercado é "corrupção política, consumismo, autoritarismo, niilismo, totalitarismo, sadismo, sexualidade e fascismo. Isso é um dia típico de trabalho nos mercados de 2021".

Every tem razão.

E ele nem lembrou os casos de corrupção que envolvem a "moralidade do mundo" (mudança climática, "ética" de governança...).  


domingo, 13 de setembro de 2020

Abundância Global Aumentou 570% desde 1980. Cadê a Crise Populacional e a Crise dos Recursos Naturais?

 


O gráfico acima nos  diz que o Planeta Terra em 2020 está 570,9% mais abundante do que em 1980. É o índice Julian Simon. Em suma, o gráfico nos diz que a população mundial, apesar do enorme crescimento no período, está bem mais rica. Thomas Malthus e seus adeptos continuam errado. O fim do mundo por fome ou por exaustão dos recursos naturais continua sendo apenas uma ideologia barata e falsa. 

Vocês conhecem o Índice Simon? O índice é baseado no pensamento do economista Julian Simon que observou em seu livro The Ultimate Resource de 1981 que os humanos são seres inteligentes, capazes de inovar para sair da escassez por meio de maior eficiência, aumento da oferta e desenvolvimento de substitutos.   Simon faleceu em 1998.

Julian Simon, em 1980, desafiou Paul Ehrlich, autor de Population Bomb, para uma aposta.  Ehrlich escolheria uma “cesta” de matérias-primas que ele esperava que se tornaria menos abundante nos próximos anos e escolheria um período de mais de um ano, durante o qual essas matérias-primas ficariam mais caras. No final desse período, o preço ajustado pela inflação desses materiais seria calculado. Se o preço “real” da cesta fosse mais alto no final do período do que no início, isso indicaria que os materiais haviam se tornado mais preciosos e Ehrlich ganharia a aposta; se o preço fosse menor, Simon venceria. As apostas seriam a diferença de preço final da cesta no início e no final do período.

Ehrlich escolheu cobre, cromo, níquel, estanho e tungstênio. A aposta foi acertada em 29 de setembro de 1980, sendo 29 de setembro de 1990, data do pagamento. Apesar de um aumento populacional de 873 milhões nesses 10 anos, Ehrlich perdeu a aposta. Todas as cinco commodities que ele selecionou caíram de preço em uma média de 57,6%. Ehrlich enviou a Simon um cheque de $ 576.07.

Desde a conclusão da aposta, os apoiadores de Ehrlich argumentaram que Simon teve sorte: se a aposta tivesse ocorrido em uma década diferente, o resultado poderia ter sido diferente. O debate continua até hoje. 

Em 2016, os economistas da Southern Methodist University Michael Cox e Richard Alm revisitaram a aposta Simon – Ehrlich e descobriram que os metais de Ehrlich eram 22,4% mais baratos em 2015 do que em 1980.

A ideia de cálculo um índice de abundância em homenagem a Simon é dos economistas Gale L. Pooley e Marian L. Tupy, publicado pelo primeira vez em um artigo de 2018 (cliquem aqui para lê-lo). É um artigo muito interessante. Até porque faz uma análise histórica dessa ideia malthusiana de que a população deve ser controlada.

O Índice de Abundância Simon (SAI) mede a mudança na abundância de recursos durante um período de tempo. O SAI representa a proporção da mudança na população sobre a mudança no preço-tempo, vezes 100. Tem um ano base de 1980 e um valor base de 100. O conceito de "preço-tempo" é a quantidade de tempo que um ser humano médio tem que trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para comprar uma mercadoria. O preço-tempo, então, nos permite dar uma nova olhada na tese de Simon, que afirma que o crescimento da população resultará em menos escassez no longo prazo.

Vejam o gráfico abaixo. Ele mostra que entre 1980 e 2019, o preço médio de 50 produtos básicos caiu 74,2%. Isso significa que, pelo mesmo período de tempo que uma pessoa precisou trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para comprar uma unidade em nossa cesta de 50 commodities em 1980, ela poderia comprar 3,87 unidades em 2019. O nível individual médio de abundância, em outras palavras, aumentou 287,4 por cento. Isso equivale a uma taxa composta de crescimento anual de 3,63% e implica uma duplicação da abundância a cada 19,45 anos.



Os autores concluem os dados de 2020 dizendo: "As percepções revolucionárias de Simon com relação à interação mutuamente benéfica entre o crescimento populacional e a disponibilidade de recursos naturais, que nossa pesquisa confirma, podem ser contra-intuitivas, mas são reais. Os recursos do mundo são finitos da mesma forma que o número de teclas do piano é finito. O instrumento tem apenas 88 notas, mas elas podem ser tocadas de uma infinidade de maneiras. O mesmo se aplica ao nosso planeta. Os átomos da Terra podem ser fixos, mas as combinações possíveis desses átomos são infinitas. O que importa, então, não são os limites físicos de nosso planeta, mas a liberdade humana de experimentar e reimaginar o uso dos recursos que temos."

Apesar de toda as provas científicas, Paul Ehrlich é que é exaltado pelo mundo. Tem sempre apoio da mídia e do Papa Francisco.



segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Lewis Hamilton - Um Enorme Exemplo de Hipocrisia de Ricaços


O grande vencedor de Fórmula 1, Lewis Hamilton, ricaço, dono de um dos maiores salários do mundo, que tem uma enorme quantidade de carrões, que tem muitos jatinhos, que viaja de jatinho uma enormidade de vezes  pelo mundo, que dirige patrocinado por firmas petroleiras, está muito preocupado com a mudança climática e detesta gente que come carne.

Ele também apoia o Black Lives Matter, que detesta o capitalismo, mesmo Hamilton sendo um grande divulgador de marcas mais caras do mundo.

Hummm...não é por acaso que muitos comunistas na história eram ricos ou filhos de ricos, ver Marx, Engels, Trostsky, Fidel Castro, Lukács...


sexta-feira, 10 de julho de 2020

Chesterton, o Protestantismo e os Protestantes


Recentemente, eu li uma entrevista do padre Ian Boyd, publicada no site da Sociedade Chesterton Brasil. O padre Boyd é fundador e presidente do The G.K. Chesterton Institute for Faith & Culture.  Quando foi lhe perguntado sobre processo de canonização de Chesterton, o padre Boyd deu a seguinte resposta:

Estou realmente encantado pelo fato de a santidade de Chesterton estar sendo reconhecida de modo oficial. No entanto, tenho algumas restrições quanto ao esforço de reconhece-lo um santo. Ele sempre foi amado por Cristãos Protestantes, e certamente por pessoas que não possuem uma crença religiosa. Temo que dando a ele o título de “Santo Gilberto” podemos limitar este encanto.


Pareceu-me que Boyd não gostava muito da ideia de santificação de Chesterton, pois isso podia prejudicar e diminuir Chesterton para protestantes ou ateus.

Outro dia, eu fui convidado para uma entrevista pelo Dr. Ricardo Felício sobre geopolítica e teologia, que envolvia o Dr, Felício, eu, e o professor Syer Rodrigues. Na prévia da entrevista, Felício me disse que o professor Syer era presbiteriano e que queria ter o ponto de visão protestante sobre geopolítica. Eu respondi que isso era interessante. Expliquei que por vezes acho que o debate entre católicos pode envolver protestantes, quando se trata especialmente de questões mundanas, como era o caso. Mas que em alguns casos, quando o assunto era muito relacionado à doutrina católica, ficava complicado. 

O debate ocorreu muito bem. Até agora foi visto por mais de 18 mil pessoas (o debate pode ser assistido clicando aqui).

Quando eu estava preparando meu livro sobre Guerra Justa, o livro tinha inicialmente o título Teoria e Tradição da Guerra Justa Católica. Mas meu editor pediu para eu tirar o adjetivo "católica" para não inibir a audiência. Eu aceitei, apesar de o livro não tratar da visão protestante sobre guerra, pois nem mesmo sei se existe visão protestante sobre guerra que seja reconhecida por todo o bloco protestante. E entendi que era uma questão mundana e além disso todos os cientistas políticos que tratam de guerra reconhecem que a teoria da guerra justa tem raiz católica. O livro foi publicado então com o título Teoria e Tradição da Guerra Justa. 

Mas voltando para o caso Chesterton: devemos esconder o catolicismo dele de forma até a evitar a sua santificação com o intuito de não reduzir a audiência protestante ou ateia?

Eu acho que não, acho que não mesmo. Chesterton fez e faz um bem gigantesco à Igreja Católica e aos leigos católicos, os leva para o paraíso com humor e amor. Elevá-lo à santidade iria exaltar todo o amor que ele tinha pela Igreja, mesmo antes de se converter.

Chesterton foi "católico" mesmo quando era protestante. O primeiro livro que li de Chesterton foi o Ortodoxia e para mim era um livro católico, pois Chesterton exaltou por exemplo a idade Média, os mosteiros católicos e São Francisco de Assis no livro. Sem falar que Chesterton escreveu os livros do Padre Brwon antes de se converter. Eu não sabia que ele não era católico quando li o livro Ortodoxia de 1908. Ele só se converteu em 1922.


Golonka é polonês, doutor em filosofia pela Universidade de Cracóvia, trabalhou como vice-reitor do Instituto São Pio X de Paris até 2014. Sua tese de doutorado foi sobre a filosofia de Chesterton e foi publicada em francês em 2016 (iamgem abaixo)


O livro de Golonka sobre a visão do protestantismo de Chesterton foi estimulado pela decisão do papa Francisco de "celebrar" a Reforma Protestante em 2017, quando a reforma fez 500 anos.

Certa vez, eu assisti a um vídeo de Dale Alhquist, que é presidente da Sociedade Chesterton dos Estados Unidos, no qual ele estava falando sobre como Chesterton via a educação e a economia. Após relatar toda a desgraça de nosso momento educacional e econômico no mundo, que destrói a família e a religião, Alhquist disse que Chesterton achava que essa destruição teve origem seminal justamente na Reforma Protestante.

Então, mesmo depois de já ter lido a "autobiografia" de Chesterton (que não pode ser chamada de autobiografia da forma tradicional), eu me interessei muito pelo livro de Golonka.

E o livro cumpriu fielmente seu objetivo de mostrar o que Chesterton pensava sobre protestantismo.

Logo no início, Golonka descreve como a crença religiosa de Chesterton mudou durante a sua vida. 

Chesterton teve pais Anglicanos, foi batizado como Anglicano, depois ele se tornou Unitariano (crença que discorda da trindade cristã e vê Cristo não como Deus, mas apenas como inspirado por Deus), depois Chesterton, na juventude ainda, ficou meio ateu, modernista e agnóstico e até usou a tabuleiro Ouija (tabuleiro com nomes e números usado para sessões espirituais), em seguida, por influência de sua esposa, Chesterton se tornou Anglo-Católico (Anglicano da "alta Igreja" que procura se posicionar dentro da tradição católica). Chesterton se casou em 1901, só 21 anos depois ele se converteu ao catolicismo, sua esposa depois se converteu também.

Por que Chesterton demorou tanto para se converter ao catolicismo? O irmão dele que ele tanto amava se converteu 10 anos antes. Não tem como explicar isso, só Chesterton seria capaz, mas Golonka suspeita que o principal obstáculo foi o amor enorme que ele tinha pela esposa.

Mas como eu disse, tanto pelo seu viés "anglo-católico" como por seu pensamento ortodoxo, os escritos de Chesterton sempre me pareceram muito católicos, muito antes da conversão dele. Muitos que falam sobre isso lembram diversas passagens de Chesterton em seus livros e artigos anteriores a sua conversão.

Golonka descreve inúmeras passagens de livros de Chesterton no qual Chesterton fala sobre o protestantismo e sobre os protestantes, especialmente sobre Lutero, Calvino e John Knox, mas também representantes do puritanismo calvinista e um pouco sobre o metodista John Wesley. 

Em especial, Golonka destaca dois livros de Chesterton para ver a posição dele sobre o protestantismo: "The Thing: Why I am Catholic" (1929) e "The Well and the Shallows" (1935)

Chesterton considerava que uma heresia (erro teológico/filosófico) era pior que um crime físico, pelo caráter amplo e destruidor das almas que a heresia traz.

Chesterton disse que o "protestantismo representa o naufrágio da cristandade". Ele relacionou o protestantismo com a morte da alegria, com o espírito destruidor tanto do capitalismo como do comunismo, com a morte da família (protestantismo era ávido para trazer rigidez á soberania de Deus na vida das pessoas, mas era louco pela aprovação do divórcio e da contracepção),  com o pacifismo hippie, com o prussianismo militarista alemão e sua má influência na Inglaterra, com o desequilíbrio da fé e da razão, com perda da noção mística de que as ideias místicas estão conectadas e não podem andar separadas na salvação humana, com a destruição da ideia da divindade da criação do ser humano, com o fim da liga de nações que o catolicismo trazia, com a contradição em si, dado a permanente mutabilidade do protestantismo entre suas várias seitas que faz com que aceitem agnósticos e ateus. 

Chesterton parece desprezar o pensamento e mesmo a vida de Lutero, pois não se aprofunda na análise de luteranismo. Lutero, para Chesterton, é um bárbaro que é exatamente o oposto do que deve ser defendido para o que o ser humano seja. Chesterton foca sua artilharia mais especialmente em Calvino e no puritanismo que provém do calvinismo. Calvino foi a consequência lógica do erro de Lutero e aprofundou o erro ao ponto de abandonar parte da humanidade, os não eleitos. Chesterton disse que o calvinismo "é o mais anti-cristão dos sistemas cristãos". Chesterton chega a colocar o calvinismo e o islamismo lado a lado em suas análises, apesar de suas diferenças que ele também nota. Calvinismo trouxe a onipotência de Deus junto com a impotência do homem. O puritanismo calvinista merece ainda mais críticas de Chesterton.  Ele também reconhece que seitas que surgiram do calvinismo, como o metodismo, aliviaram a questão da predestinação, mas também aumentaram o erro do puritanismo. Hoje boa parte do protestantismo, mesmo de fonte calvinista, ao invés de falar que há alguns eleitos fala que todo mundo vai ser salvo.

Chesterton disse que as seitas protestantes melhoram à medida que são mais católicas. Um verdadeira união só é possível dentro do catolicismo, quando os protestantes voltarem para casa e pararem de "protestar". Chesterton reafirma que as críticas saudáveis que se fazia aos clérigos da Igreja Católica já eram feitas pelos santos da Igreja, não precisava protestar do lado de fora. O protestantismo foi um erro, os protestantes fazem "virtues gone mad" (virtudes enlouquecidas)

Vamos exaltar Chesterton como ele foi, sem esconder nada. Nem seus defeitos, nem suas qualidades. Nenhum santo foi um ser humano perfeito, só foram bem melhor que a gente.

Finalmente, não faz nenhum sentido, nem teológico, nem histórico, nem pastoral, para um católico, leigo ou clérigo, celebrar a Reforma Protestante. Para os católicos, em poucas palavras, ela atraiu muita gente para o Inferno e além de ter tido um impacto seminal gigantesco perverso na história da humanidade, como disse Chesterton.

Mas faz todo o sentido um católico exaltar o catolicismo de Chesterton.

Uma passagem de Chesterton que é muito comum de ser mostrada é a que vai abaixo e foi escrita por Chesterton muito antes dele se converter:

"Estou firmemente convencido de que a Reforma Protestante do século XVI foi tão próxima quanto qualquer coisa mortal pode chegar ao mal puro.
Mesmo as partes da Reforma que podem parecer plausíveis e iluminadas do ponto de vista puramente secular se tornaram podres e reacionárias, também do ponto de vista puramente secular.
Ao substituir o sacramento pela Bíblia, a Reforma criou uma casta pedante daqueles que sabiam ler, identificados supersticiosamente com aqueles que pensavam.
Ao destruir os monges, a Reforma tomou o serviço social dos pobres filantropos que escolheram negar a si mesmos e o deu aos ricos filantropos que escolheram se afirmar.
Pregando o individualismo, preservando a desigualdade, a Reforma produziu o capitalismo moderno.
A Reforma destruiu a única liga de nações que já teve uma chance. Produziu as piores guerras de nações que já existiram. Produziu a forma mais eficiente de protestantismo, que era a Prússia. E está produzindo a pior parte do paganismo, que é a escravidão"