segunda-feira, 20 de abril de 2020

O Que Chesterton Falaria sobre o Coronavirus?


Vamos fazer mais uma pequena suposição sobre qual seria a opinião do gigante pensador inglês, G.K.Chesterton.  Dessa vez, vamos pensar em qual seria a posição de Chesterton sobre o principal problema global de hoje: o novo coronavirus.

Bom, saber qual seria a posição de alguém que já faleceu é difícil  Erra-se até quando se tenta prever o que dirá a nossa mãe (a pessoa que, em geral,  mais conhecemos), e também não é incomum que ótimos escritores, pessoas que conseguiram elevar a imaginação humana, sejam terríveis como pensadores políticos ou em suas análises de questões sociais. Muitos foram defensores de Hitler ou Stálin, por exemplo, a lista destes é imensa, e geralmente assusta quem leu os livros deles.

Além disso, as opiniões que eles tiveram em vida foram tomadas pelas circunstâncias em que viveram. Como mostrou o próprio Cristo, existe uma moral divina que fundamenta todas as reações, mas essas reações são moldadas pela circunstâncias. Por vezes, se oferece a outra face, por vezes reage-se (Cristo reagiu, indagando um agressor em João 18:23).

Então, para se fazer uma suposição de posicionamento político ou social de alguém que faleceu, deve-se fazer primeiro estes "disclaimers" acima e também deve-se se ater à ética que se depreende do que a pessoa escreveu ou falou, para que a nossa imaginação não se descole muito da ética do pensador.

Com isso em mente, vamos imaginar qual seria a posição de Chesterton frente ao vírus chinês que assombra o mundo. Chesterton não fugiu da ética dos seus livros ao tratar de questões políticas e sociais e isso facilita a análise.

Qual é a ética, princípios morais, que rege o pensamento chestertoniano?

Ler os livros de Chesterton é descobrir, na minha opinião, o escritor que mais conheceu a alma humana. Ele olhava do ponto de vista de um anjo o que se passava nos atos e mentes humanas, com todos os seus paradoxos. Mas este olhar angelical de Chesterton era também um olhar de fogo purificador. Ele usava e abusava do parodoxo e da ironia para destruir completamente o pensamento de quem era seu oponente moral. Todos que enfrentaram Chesterton em debate reconheciam a beleza e também a força destruidora de seus argumentos.

Chesterton conhecia muito bem o humano, valorizava esta criação divina ao máximo, mas sabia das profundezas diabólicas que o ser humano pode alcançar. Chesterton não era bonzinho, ele era genial em seus argumentos, destruía os argumentos de forma tão bela que o oponente ficava maravilhado, enquanto era aniquilado em sua moral.

O seu gosto pelo o que era humano, então, o faria certamente ter verdadeiro pavor pela ideia de isolamento social. Isso seria reduzir demais o humano.

Por exemplo, Chesterton, para meu conhecimento, nunca escreveu sobre sua posição sobre esportes, a não ser para dizer que achava que eles deveriam ser prazerosos e não formarem uma falsa religião. Mas, eu acho, que se fosse para analisar futebol e voleibol, acho que ele veria futebol como superior, por permitir mais o humano, enquanto o voleibol demanda pessoas de um tipo físico específico.

Em suma, o humano em sua totalidade é o material de deleite de Chesterton, se afastar do contato humano nos "pubs" ingleses seriam terrível em vários e profundos aspectos para o escritor inglês.

Ele, na minha opinião, detestaria "lives" e detestaria ainda mais ver igrejas vazias, estas seriam traumáticas, para ele.

O isolamento social seria uma tirania para Chesterton. Ele sempre olhava para governos com muita desconfiança.

Mas ele aprovaria algum isolamento social em nome de se evitar as mortes dos humanos?

Chesterton via as necessidades do homem em sua totalidade, necessidades materiais e espirituais, e reconhecia o relacionamento (não o determinismo) entre essas necessidades.

Mas acho que ele aprovaria algum isolamento social, especialmente, nos negócios, com muito pesar, muito pesar mesmo, mas não para as liturgias das igrejas, e abriria fogo para os culpados por essa situação.

Em todo caso, seria uma questão difícil para ele, vivemos um momento inédito na história, em que o globalismo, econômico e social, trouxe um doença terrível global.

Chesterton teria, na minha opinião, completo desprezo por inúmeros aspectos sociais que consideramos normais no nosso dia a dia. Se eu como cristão me sinto completamente exilado no mundo moderno e seus politicamente correto, casamento gays, eutanásias, abortos generalizados e Vaticano silenciado, imagine Chesterton.

Supondo que Chesterton conseguiria sobreviver a estes tempos tenebrosos para o pensamento chestertoniano, acho que ele primeiro exigiria completa reversão do globalismo e afastamento da doutrina comunista/socialista de apoio à China dentro dos países.

Se Chesterton identificou muito bem o militarismo prussiano na formação da Alemanha, para a Primeira Guerra Mundial, imagine o que ele pensaria da ditadura tirânica da China que controla até o nascimento do humano.