quinta-feira, 3 de outubro de 2024

A Armadilha Ambiental para as Empresas


O Estado ou uma ONG ambiental bate na porta da empresa e diz: "Ei, Empresa, você prometeu zero pegada de carbono ou emissão líquida zero. Cadê? Você não cumpriu. Então, agora pague milhões por propaganda falsa".

É a armadilha ambiental.

O jornal Wall Street Journal fez um editorial mostrando que não é só governos e ONGs de esquerda que estão querendo processar empresas por conta de promessas ambientais.

Os chefes executivos das empresas (CEOs) continuam a cair na "armadilha climática", escreveu o Wall Street Journal na semana passada, após uma carta de um grupo de procuradores-gerais republicanos alertando que as empresas que fazem promessas climáticas grandiosas podem estar violando as leis de proteção ao consumidor.

O Journal disse que, no passado, as empresas fizeram promessas climáticas para apaziguar a esquerda progressista e ficar longe dos holofotes políticos. Essa estratégia agora está saindo pela culatra, pois as empresas que fizeram tais promessas estão enfrentando críticas de ambos os lados políticos.

De governos esquerdistas: No início deste ano, Nova York processou o frigorífico JBS por suas metas de emissão zero. O estado alegou serem incompatíveis com um modelo de negócios centrado em carne bovina. Outros proponentes do ESG entraram com processos semelhantes de greenwashing, alegando que as empresas não estão alinhando as práticas comerciais com suas metas climáticas declaradas.

Governos de direita se juntam nas críticas. Essas críticas têm outro ponto de vista, mas da mesma forma condenam as empresas.

 O grupo de defesa do consumidor Consumers' Research, por exemplo, enviou uma carta à Tyson Foods afirmando que "[o] litígio custoso prejudica o consumidor. E isso é duplamente verdadeiro quando um resultado do litígio é a remoção de produtos alimentícios das prateleiras das lojas para cumprir compromissos climáticos que nunca deveriam ter sido feitos em primeiro lugar."

Na semana passada, os procuradores-gerais de Iowa, Kansas, Nebraska e Tennessee enviaram cartas a três empresas, Target, Tyson Foods e Ahold Delhaize, alertando-as de que o marketing delas prometiam metas impossíveis de se atingir e pode criar potencial para violações de fraude ao consumidor.

Solução: Empresa fique fora de política ambiental, mesmo proque empresas não entendem nada de climatologia. Como o Wall Street Journal colocou: "O melhor caminho empresarial é focar em maximizar o valor para os acionistas, que é o que os CEOs são pagos para fazer e que faz o maior bem para a sociedade."

Por vezes me chamam para dar aula de administração de empresas. Eu sou economista, mas aqui entre nós, livros de administração são bem fáceis de se entender. Quando recebo esse tipo de convite, eu procuro comprar os livros mais conhecidos da disciplina no exterior, vejo se tem tradução para o português e com base neles eu dou aulas.

Assim eu fiz. O livro que comprei mostra 20% de preocupação com o lucro e produtividade da empresa e 80% de preocupação com o social e o ambiental. Em suma, um lixo, porque empresas não têm capacidade para colaborar com o social de forma substancial (se quiser se manter viva), muito menos pode resolver questões ambientais, porque quem manda no meio ambiente são fatores gigantescos (sol, mares, nuvens, algas,...).

Assim eu falo para os meus alunos (que os diretores das faculdades não saibam).


sábado, 21 de setembro de 2024

Por Que Reino Unido Está Estagnado e Mesmo a Estatista França Está Melhor?

 


Faz tempo que não publico neste blog. Mas o historiador Niall Ferguson de uma excelente sugestão de leitura que tenta explicar por que o Reino Unido é um país estagnado, em decadência.

A conta recai sobre os preços de energia, transporte e moradia, além de regulaçõe equivocadas.

Mas o texto mostra que mesmo a estatista e cheia de greves França está melhor. 

O texto é falho, como a imensa maioria das análises econômicas são, por desprezar questões éticas da sociedade, que seguramente são o fundamento do fracasso dos países. 

Mas vale a leitura.

Leiam clicando aqui.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Cientistas Admitem: Não Sabemos Calcular Mudança Climática

 

Artigo publicado ontem no Wall Street Journal mostra que os cientistas dos Estados Unidos, que trabalham nos principais institutos que estudam o clima no mundo e são os mais importantes para que a ONU aponte como ela supõe que será o clima do mundo no futuro, afirmam que não se sabe calcular ainda a mudança climática, particularmente porque não se sabe medir os efeitos das nuvens (que tanto refletem a luz solar (esfriando o planeta) como mantém os gases aqui que aquecem o planeta), e porque os supercomputadores disponíveis não são suficientes. 

Para eles, seria necessário um supercomputador mil vezes mais potente.

Leiam todo o artigo, clicando aqui. Vou traduzir aqui apenas algumas partes, pois o artigo é longo.

Aqui vão partes do texto do Wall Street Journal, em azul escuro:

Por quase cinco anos, um consórcio internacional de cientistas perseguiu nuvens, determinado a resolver um problema que atormentou as previsões de mudanças climáticas por uma geração: como esses fiapos de vapor d'água afetam o aquecimento global?

Os cientistas descobririam que mesmo as melhores ferramentas à mão não podem modelar climas com a segurança que o mundo precisa, pois o aumento das temperaturas afeta quase todas as regiões.

Os cientistas logo concluíram que seus novos cálculos haviam sido desordenados pela física das nuvens em um mundo em aquecimento, o que pode amplificar ou amortecer as mudanças climáticas. “A maneira antiga está errada, sabemos disso”, disse Andrew Gettelman, físico do NCAR especializado em nuvens e que ajudou a desenvolver o modelo CESM2. “Acho que nossa maior sensibilidade também está errada. Provavelmente é uma consequência de outras coisas que fizemos ao tornar as nuvens melhores e mais realistas. Você resolve um problema e cria outro.”

“Temos uma situação em que os modelos estão se comportando de maneira estranha”, disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Ciências Espaciais da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, um centro líder em modelagem climática. “Temos um dilema.”

Em novembro de 2021, quando os líderes se reuniram em Glasgow para negociar limites de gases de efeito estufa sob os auspícios dos Acordos de Paris de 2015, havia mais de 100 grandes modelos globais de mudança climática produzidos por 49 grupos de pesquisa diferentes, refletindo um influxo de pessoas no campo .

Em sua orientação aos governos no ano passado, o painel de mudanças climáticas da ONU minimizou pela primeira vez as previsões mais extremas.

“Se você não acertar as nuvens, tudo está fora de controle.” disse Tapio Schneider, cientista atmosférico do Instituto de Tecnologia da Califórnia e da Climate Modeling Alliance, que está desenvolvendo um modelo experimental. “As nuvens são de importância crucial para regular o equilíbrio energético da Terra.”

Em uma avaliação independente de 39 modelos climáticos globais no ano passado, os cientistas descobriram que 13 dos novos modelos produziram estimativas significativamente mais altas das temperaturas globais causadas pelo aumento dos níveis atmosféricos de dióxido de carbono do que os modelos de computador mais antigos – os cientistas os chamaram de “matilha de lobos”. .” Pesadas contra evidências históricas de mudanças de temperatura, essas estimativas foram consideradas irreais.

Os cientistas do NCAR em Boulder gostariam de aprofundar o comportamento das nuvens, camadas de gelo e aerossóis, mas eles já estão sobrecarregando seu supercomputador Cheyenne de cinco anos, de acordo com funcionários do NCAR. Um modelo climático capaz de capturar os efeitos sutis de sistemas de nuvens individuais, tempestades, incêndios florestais regionais e correntes oceânicas em uma escala mais detalhada exigiria mil vezes mais poder computacional, disseram eles.

Os modelos climáticos precisam vincular o aumento das temperaturas em escala global às mudanças nas condições em uma floresta local, bacia hidrográfica, pastagem ou zona agrícola, diz a ecologista florestal do NCAR Jacquelyn Shuman e o cientista do NCAR Gerald Meehl

“Acho que os modelos climáticos são a melhor ferramenta que temos para entender o futuro, embora estejam longe de ser perfeitos”, disse o Dr. Gettelman. “Não estou preocupado que os novos modelos possam estar errados. O que me assusta é que eles podem estar certos.”


domingo, 16 de janeiro de 2022

PIB Global. PIB EUA = PIB 170 Países

 


Interessante análise da distribuição do PIB 
Global apresentado no site Zero Hedge.

Vejamos alguns destaques:

  • PIB EUA equivale ao PIB de 170 países;
  • Apenas os PIBs dos EUA e da China somados equivalem a 42,3% de todo PIB do mundo;
  • PIB da China é quase o triplo do PIB do Japão;
  • PIBs de EUA, China, Japão e Alemanha equivalem a mais da metade do PIB global;
  • PIB do Brasil não faz parte da lista dos 10 maiores PIB (Brasil já foi oitavo PIB do mundo)
  • Índia agora tem o sexto maior PIB e Coreia do Sul é tem o décimo;
  • O PIB global é estimado em 94 trilhões de dólares.

O PIB não serve de referência para muita coisa. Você prefere morar no Brasil ou na China? E os cálculos do PIB, apesar das tentativas de padronização, são muito díspares e muita gente discorda, além disso há problemas de conversão cambial. Mas os dados são relevantes para análises economicas, politicas e militares sim.





sexta-feira, 17 de setembro de 2021

O "Mercado": a Sodoma

Excelente artigo publicado no Zero Hedge, mostrando o que é o tal propagado "mercado" de nossos dias, onde a corrupção é a norma que enriquece um mundo cada vez mais corrupto, que não tem penalidade para a corrupção, pois se houver o "mercado" desaba completamente. 

O texto é de Michael Every:

Ele traz exemplos da corrupção do mercado de nossos dias, vejamos:

1)  Wall Street Journal relata que  Banco Mundial cancela relatório emblemático‘ Doing Business, após investigação. O problema é: "As autoridades chinesas em 2018 estavam ansiosas para ver sua classificação melhorar, então o Sr. Kim, a Sra. Georgieva e sua equipe realizaram uma série de reuniões para discutir maneiras de alterar a metodologia do relatório para melhorar a classificação da China." Como se pode confiar no Banco Mundial trabalhando de forma tão corrupta. Consequências dessa atitude do Banco? Nenhuma.

2) No Fed,  Jeremy Powell (presidente geral do Fed) ordena uma revisão da ética depois que os outros presidentes do Fed fizeram investimentos multimilionários. De alguma forma, essa violação ética por parte das pessoas que dirigem o sistema financeiro global passou desapercebido por eles até agora. Só agora foi visto que esse velhíssimo jogo financeiro corrupto entre agentes do Fed e mercado. Quais são as consequências esperadas da atitude de Powell? Nenhuma.

3) Problemas de corrupção financeira relatadas que atingem líderes políticos, como Sarkozy, o filho de Biden, Nancy Pelosi, chanceleres alemães em conluio com a Rússia...Penalidades sofridas pelas personalidades? Nenhuma.

Michael Every compara o "mercado" a um filme sobre Sodoma, chamado "Salò, pu 120 dias de Sodoma", dizendo que, como o filme, o mercado é "corrupção política, consumismo, autoritarismo, niilismo, totalitarismo, sadismo, sexualidade e fascismo. Isso é um dia típico de trabalho nos mercados de 2021".

Every tem razão.

E ele nem lembrou os casos de corrupção que envolvem a "moralidade do mundo" (mudança climática, "ética" de governança...).  


domingo, 13 de setembro de 2020

Abundância Global Aumentou 570% desde 1980. Cadê a Crise Populacional e a Crise dos Recursos Naturais?

 


O gráfico acima nos  diz que o Planeta Terra em 2020 está 570,9% mais abundante do que em 1980. É o índice Julian Simon. Em suma, o gráfico nos diz que a população mundial, apesar do enorme crescimento no período, está bem mais rica. Thomas Malthus e seus adeptos continuam errado. O fim do mundo por fome ou por exaustão dos recursos naturais continua sendo apenas uma ideologia barata e falsa. 

Vocês conhecem o Índice Simon? O índice é baseado no pensamento do economista Julian Simon que observou em seu livro The Ultimate Resource de 1981 que os humanos são seres inteligentes, capazes de inovar para sair da escassez por meio de maior eficiência, aumento da oferta e desenvolvimento de substitutos.   Simon faleceu em 1998.

Julian Simon, em 1980, desafiou Paul Ehrlich, autor de Population Bomb, para uma aposta.  Ehrlich escolheria uma “cesta” de matérias-primas que ele esperava que se tornaria menos abundante nos próximos anos e escolheria um período de mais de um ano, durante o qual essas matérias-primas ficariam mais caras. No final desse período, o preço ajustado pela inflação desses materiais seria calculado. Se o preço “real” da cesta fosse mais alto no final do período do que no início, isso indicaria que os materiais haviam se tornado mais preciosos e Ehrlich ganharia a aposta; se o preço fosse menor, Simon venceria. As apostas seriam a diferença de preço final da cesta no início e no final do período.

Ehrlich escolheu cobre, cromo, níquel, estanho e tungstênio. A aposta foi acertada em 29 de setembro de 1980, sendo 29 de setembro de 1990, data do pagamento. Apesar de um aumento populacional de 873 milhões nesses 10 anos, Ehrlich perdeu a aposta. Todas as cinco commodities que ele selecionou caíram de preço em uma média de 57,6%. Ehrlich enviou a Simon um cheque de $ 576.07.

Desde a conclusão da aposta, os apoiadores de Ehrlich argumentaram que Simon teve sorte: se a aposta tivesse ocorrido em uma década diferente, o resultado poderia ter sido diferente. O debate continua até hoje. 

Em 2016, os economistas da Southern Methodist University Michael Cox e Richard Alm revisitaram a aposta Simon – Ehrlich e descobriram que os metais de Ehrlich eram 22,4% mais baratos em 2015 do que em 1980.

A ideia de cálculo um índice de abundância em homenagem a Simon é dos economistas Gale L. Pooley e Marian L. Tupy, publicado pelo primeira vez em um artigo de 2018 (cliquem aqui para lê-lo). É um artigo muito interessante. Até porque faz uma análise histórica dessa ideia malthusiana de que a população deve ser controlada.

O Índice de Abundância Simon (SAI) mede a mudança na abundância de recursos durante um período de tempo. O SAI representa a proporção da mudança na população sobre a mudança no preço-tempo, vezes 100. Tem um ano base de 1980 e um valor base de 100. O conceito de "preço-tempo" é a quantidade de tempo que um ser humano médio tem que trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para comprar uma mercadoria. O preço-tempo, então, nos permite dar uma nova olhada na tese de Simon, que afirma que o crescimento da população resultará em menos escassez no longo prazo.

Vejam o gráfico abaixo. Ele mostra que entre 1980 e 2019, o preço médio de 50 produtos básicos caiu 74,2%. Isso significa que, pelo mesmo período de tempo que uma pessoa precisou trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para comprar uma unidade em nossa cesta de 50 commodities em 1980, ela poderia comprar 3,87 unidades em 2019. O nível individual médio de abundância, em outras palavras, aumentou 287,4 por cento. Isso equivale a uma taxa composta de crescimento anual de 3,63% e implica uma duplicação da abundância a cada 19,45 anos.



Os autores concluem os dados de 2020 dizendo: "As percepções revolucionárias de Simon com relação à interação mutuamente benéfica entre o crescimento populacional e a disponibilidade de recursos naturais, que nossa pesquisa confirma, podem ser contra-intuitivas, mas são reais. Os recursos do mundo são finitos da mesma forma que o número de teclas do piano é finito. O instrumento tem apenas 88 notas, mas elas podem ser tocadas de uma infinidade de maneiras. O mesmo se aplica ao nosso planeta. Os átomos da Terra podem ser fixos, mas as combinações possíveis desses átomos são infinitas. O que importa, então, não são os limites físicos de nosso planeta, mas a liberdade humana de experimentar e reimaginar o uso dos recursos que temos."

Apesar de toda as provas científicas, Paul Ehrlich é que é exaltado pelo mundo. Tem sempre apoio da mídia e do Papa Francisco.