quinta-feira, 29 de maio de 2014

Papa pede cooperação para controlar lucro, investimento e facilitar emigração


Ai, meu Deus, acho que o Papa Francisco foi longe demais, o ranço argentino contra o "imperialismo financeiro" falou alto.

O Papa Francisco mandou uma mensagem para a Organização Internacional do Trabalho, na qual sugere nas entrelinhas que instituições internacionais controlem o lucro, os investimentos e facilitem a emigração.

O Papa disse:

It is also time to reinforce existing forms of cooperation and to establish new avenues for expanding solidarity. This calls for: a renewed insistence on the dignity of every person; a more determined implementation of international labour standards; planning for a focused development on the human person as its central actor and primary beneficiary; a re-evaluation of the responsibilities of international corporations in the countries where they operate, including the areas of profit and investment management; and a concerted effort to encourage governments to facilitate the movement of migrants for the benefit of all, thus eliminating human trafficking and perilous travel conditions. Effective cooperation in these areas will be greatly assisted by defining future sustainable development goals.

Bom, controle de lucro por instituições internacionais é uma péssima ideia e não é essa a tradição católica sobre economia. Muito pelo contrário, a Igreja Católica, na sua Doutrina, tem desconfiança até de governos imagine em relação à instituições internacionais, por isso defende o que se chama subsidiaridade (procurar ao máximo deixar que a comunidade resolva seus problemas locais).

Controle de investimentos vai no mesmo sentido.

Facilitar emigração é mais complexo. A Igreja Católica, como se deveria esperar, protege e acolhe os emigrantes. Quanto a isso, o que eu tenho a dizer é que a Igreja Católica deveria também reconhecer os problemas e riscos da emigração. Basta olhar para as ruas das cidades europeias. Há bairros em cidades europeias hoje em dia que só podem andar muçulmanos. Há países, como a Espanha, que têm mais mesquitas do que igrejas católicas.

Você pode até dizer que na verdade o Papa não disse que instituições internacionais devem controlar o lucro e os investimentos e sim pediu uma "reavaliação das responsabilidades das corporações internacionais sobre o lucro e investimento". Mas quem irá fazer esta avaliação? Não pode ser as próprias empresas, pois elas mostrarão a planilha de gastos e falarão de como o lucro está baixo. Para bom entendedor, meia palavra basta. E a OIT entendeu o recado.

O texto todo, em geral, tem o foco correto, preocupações com o ser humano, mas o Papa deveria ver o que dizem as encíclicas de seus predecessores, antes de apontar para soluções erradas e avessas à própria doutrina da Igreja.


(Agradeço o texto do Papa ao site PewSitter)

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